quarta-feira, 15 de junho de 2022

 

As marcas de um verdadeiro cristão

INTRODUÇÃO

1. No capítulo 1, o apóstolo João identificou três marcas de uma falso cristão: 1) Ele tenta enganar os outros; 2) Ele tenta enganar a si mesmo; 3) Ele tenta enganar a Deus.

2. Agora, o apóstolo vai falar sobre as marcas do verdadeiro cristão. Quais são os critérios para avaliarmos se uma pessoa é verdadeiramente salva? Quais são os sinais distintivos de um verdadeiro cristão? Num contexto de muitas igrejas, muitas denominações e muitas doutrinas, como podemos saber se uma pessoa verdadeiramente é convertida?

3. João escreve para falar sobre as marcas do verdadeiro cristão. Existem três provas básicas: a prova moral – obediência (2:4,6), a provoca social – amor (2:9,10) e a prova doutrinária – fé em Cristo (5:1,12).

4. Nós só podemos conhecer um cristão verdadeiro, checando sua vida com o modelo perfeito que é Jesus. Ele precisa andar como Cristo andou. Ele precisa amar como Cristo amou. Ele precisa ter a vida que Cristo doou. Ilustração: A maneira de não receber uma nota falsa é conhecer bem a nota verdadeira.

I. A PROVA MORAL – OBEDIÊNCIA – O TESTE DO VERDADEIRO CONHECIMENTO DE DEUS – V. 3-6

a. Conhecer a Deus, permanecer em Deus e ter comunhão com Deus é a própria essência da vida eterna. “Deus nos criou para ele e nossa alma não encontrará repouso até descansarmos nele” (Agostinho).

1. Os gregos pensavam que podiam conhecer a Deus simplesmente através da razão – O gnosticismo defendia a supremacia do conhecimento. Eles se consideram superiores aos outros homens. Eles se consideravam uma casta espiritual. Para eles o caminho para Deus era o intelecto. O cristianismo deveria se converter em uma satisfação intelectual em vez de numa ação moral. Por isso, os grandes pensadores gregos não tinham uma vida moral ilibada. Sócrates e Platão, por exemplo, defendia o homossexualismo.

2. Posteriormente os gregos no tempo de Jesus já falavam no conhecimento de Deus através da emoção – Surgiram, então, as religiões de mistério dando uma super ênfase na questão mística, onde se criava uma atmosfera emocional, por uma iluminação sutil, música sensual, incenso perfumado e uma cativante liturgia. A proposta era não conhecer Deus, mas sentir Deus. Isso criou uma religião narcotizante. As pessoas entravam em transe. Tinham catarzes. Eram arrebatadas emocionalmente. É forte essa ênfase hoje. As pessoas andam através de experiências fortes e não do conhecimento de Deus.

3. O conhecimento de Deus de acordo com o enfoque judaico-cristão – Segundo a visão judaico-cristã o conhecimento de Deus provinha de sua revelação. Conhecemos a Deus porque ele se revelou. Ele conhecimento de Deus não é produto nem a investigação humana nem de uma exótica experiência emocional, mas da revelação do próprio Deus ao homem. Exemplo: Jesus disse para Pedro que não foi carne e sangue, mas o Pai que lhe havia revelado o conhecimento que tinha a seu respeito.

4. A prova do verdadeiro conhecimento de Deus é obediência – v. 3-6
1) Guardar os seus mandamentos – v. 3,4 – Nenhuma experiência religiosa é válida, se não tem consequências morais (Tt 1:16). Não conhecemos a Deus pelo tanto de informação que temos na mente, mas pelo quanto de obediência que manifestamos na vida. As palavras de um homem devem ser provadas por suas obras. Se sua vida contradiz suas palavras, seu conhecimento de Deus é falso.
2) Guardar a sua palavra – v. 5 – O verdadeiro amor se expressa não em linguagem sentimental ou em experiência mística, mas na obediência moral (5:3; Jo 14:15,21,23).
3) Andar como Cristo andou – v. 6 – Não basta guardar sua palavra (2:5), temos que andar assim como ele andou. Precisamos nos conformar com os mandamentos de Cristo e com o exemplo de Cristo (3:3). Mas como Cristo andou?
3.1. Cristo andou com humildade – Ele esvaziou-se a si mesmo.
3.2. Cristo andou em total submissão ao Pai – Ele se entregou a si mesmo.
3.3. Cristo andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo – At 10:38
3.4. Cristo andou em amor e perdão – perdoou até mesmo seus algozes. Cristo foi mal compreendido. Foi atacado. Foi perseguido. Foi cuspido. Foi pregado na cruz. As pessoas pagaram o bem com o mal. Temos vivido como Cristo viveu?

II. A PROVA SOCIAL – O AMOR – O TESTE DO VERDADEIRO DISTINTIVO DO CRISTÃO – V. 7-11

1. Um mandamento velho e ao mesmo tempo novo – v. 7-8
• O amor é a prova social de um verdadeiro cristão. Quem não ama não é nascido de Deus, porque Deus é amor. O filho precisa ter a natureza do Pai (4:8).
• O mandamento de amar o próximo ou o irmão é antigo, porque é da lei (Lv 19:18). Mas é novo porque Cristo o revestiu de um significado mais rico e mais amplo (Jo 13:34,25). A vida cristã é um milhão de novos começos instigados pelo desafio sempe novo de amar aos outros como Cristo nos amou.
• O mandamento é novo na qualidade – Amar como Cristo amou é mais profundo e mais amplo do que simplesmene amar o próximo como a nós mesmos. Cristo nos amou mais do que a si mesmo. Ele nos amou e se entregou por nós.
• O mandamento é novo na extensão – Jesus redefiniu o significado de próximo. O próximo que devemos amar é qualquer pessoa que precise da nossa compaixão, independente da raça ou posição – Exemplo: o bom samaritano. O amor busca o pecador (os judeus pensavam que os gentios eram combustível para o fogo do inferno), mas Cristo tornou-se amigo dos pecadores. Jesus estendeu as fronteiras do amor. Precisamos conhecer o comprimento, a largura, a altura, e a profundidade do amor de Cristo. Cristo amou os seus próprios inimigos.
• As pessoas precisam do nosso amor – A experiência da Cláudia – A jovem de Belo Horizonte que conheci em 1980 no Congresso de ED do Rio de Janeiro que queria abandonar a igreja porque não se entrosava na igreja. Escrevi-lhe dizendo: “Jo 13:34,35”. Ela foi à igreja e o presidente da mocidade pediu para ela ler Jo 13:34,35. Nem todas as pessoas são fáceis de amar: mas devemos amar com o mesmo amor com que fomos amados. Procure demonstrar amar às pessoas.

2. O amor não pode ser neutro – v. 9-11

• Luz e amor, trevas e ódio se pertencem mutuamente. O verdadeiro cristão que conhece a Deus e anda na luz, obedece a Deus e ama a seu irmão. Vê-se a genuinidade da sua fé em sua correta relação com Deus e com o homem. Deve existir coerência entre o dizer e o fazer. Não há lugar aqui para indiferença. O amor é ativo como a luz. Não existe penumbra como meio termo. Não há meio termo nem neutralidade nas relações pessoais. Não podemos estar em comunhão com Deus e com as relações quebradas com os nossos irmãos ao mesmo tempo. Não podemos cantar hinos que falam do amor e ao mesmo tempo guardarmos mágoa no coração.
• João fala de amar não a humanidade, não os pagãos distantes, mas amar o irmão, aquele com quem convivemos, aquele que conhecemos suas fraquezas. É fácil amar os pagãos distantes, mas o plano de Deus é amar os membros da sua família, os irmãos da sua igreja, com quem você está em contato a todo o tempo.
• Se apóstolo João estivesse escrevendo para a nossa igreja, certamente ele poderia mandar essa mesma carta. A quem na igreja você evita? A quem na igreja você ataca com suas palavras? A quem na igreja você despreza? A quem na igreja você precisa pedir perdão ou perdoar?

3. O amor não produz tropeço nem para si nem para os outros – v. 10
• A palavra “tropeço” é a palavra grega “escandalon”. Um crente que guarda ódio no coração ele encontra em si mesmo tropeço para crescer e para ter comunhão com Deus, consigo e com o próximo.
• Mas um crente que não ama ele é uma pedra de tropeço para os outros crentes. Ele cria problemas onde está. Em vez de bênção, ele é maldição. Em vez de ser pacificador, ele é perturbador. Em vez de apagar o fogo, ele é um incendiário. Ilustração: O cego que andava de noite com uma lanterna acesa para ninguém tropeçar nele.
• As pessoas que nos perturbam e nos incomodam são colocadas em nosso caminho pelo próprio Cristo para que nós as amemos no poder de seu amor. Se recusarmos, tropeçaremos no próprio Senhor.
• Muitas vezes temos visto o nosso próximo como nosso concorrente.
• Outras vezes, tratamos o nosso irmão como o nosso inimigo. Puxamos-lhe o tapete. Falamos mal pelas costas.
• Outras vezes, olhamos o nosso irmão com desprezo, com frieza, com desdém, com deboche.

5. O ódio traz grandes tragédias para quem o nutre e para quem ele é dirigido – v. 11
• Quem guarda mágoa no coração não pode orar, não pode ofertar, não pode receber perdão.
• Quem guarda mágoa no coração perde a saúde, perde a paz e perde a intimidade com Deus. E mais…
• Primeiro, onde há ódio não há salvação – v. 11a
• Segundo, onde há ódio não há santificação – v. 11b
• Terceiro, onde há ódio não há direção segura – v. 11c – Ilustração: O dia que estava dirigindo no noveiro, vindo de Iúna (falecimento pai da Cláudia).
• O propósito de João é que não haja nada em nós que faça os outros tropeçarem. Mas também não deve haver nada em nós que nos faça tropeçar. Se Deus é amor, se Cristo nos mandar amar. Se o amor é o teste do verdadeiro conhecimento de Deus. Então, é impossível termos comunhão com Deus e com os irmãos sem amor.
• O amor não é cego. O ódio, sim, cega! Uma pessoa amargurada fica cega. Seu raciocínio obscurece. Ele perde o equilíbrio. Perde o discernimento, o bom senso – Exemplo: A guerra no Iraque.

CONCLUSÃO

• Você é um verdadeiro cristão? Você conhece a Deus? Você guarda os seus mandamentos? Você imita a Cristo na sua vida? Se as pessoas seguirem os seus passos, elas encontrariam Cristo?
• Você tem amados os seus irmãos com o mesmo amor com que Cristo amou você?
• Aquele que odeia o seu irmão sofre trágicas consequências: 1) Ele ainda vive nas trevas, ainda que pense que esteja vivendo na luz; 2) Ele se torna um tropeço para a vida dos outros; 3) Ele retarda o seu próprio progresso espiritual – Ele não encontra o caminho.

Rev. Hernandes Dias Lopes

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As certezas do crente

INTRODUÇÃO

1. O apóstolo João termina a sua carta recapitulando as três provas fundamentais que revelam um crente verdadeiro:
a) A prova doutrinária – v. 1,5
b) A prova social – v. 1,2
c) A prova moral – v. 2,3

2. Após desmascarar os falsos profetas que disseminavam suas heresias tentando enganar os crentes, mostrando que eles não conhecem a Deus, não são de Deus, mas são do maligno, do mundo e por isso, saíram da igreja – João, agora, vai falar sobre sete certezas que marcam a vida do verdadeiro crente.

3. Quais são essas certezas? A palavra sabemos ocorre 39 vezes nesta carta e 8 vezes apenas neste capítulo. A vida que é real é construída sobre certezas e não sobre especulações. Então, o que nós sabemos?

I. TEMOS A CERTEZA DE QUE QUEM É NASCIDO DE DEUS AMA A DEUS E AOS IRMÃOS – V. 1-5

1. É impossível amar os filhos de Deus sem amar a Deus, como o é amar a Deus sem amar seus filhos (4:20,21). Uma relação familiar une os dois amores.

2. O amor de Deus tem uma segunda consequência inevitável, a saber, a obediência. Se amamos verdadeiramente a Deus, não somente amamos os seus filhos, mas também praticamos os seus mandamentos. O amor a Deus não é tanto uma experiência emocional como obediência moral. O amor aos irmãos expressa-se em serviço sacrificial (3:17,18) e o amor a Deus em obediência aos seus mandamentos (5:2).

3. Os mandamentos de Deus não são penosos por duas razões: 1) Porque amamos a Deus e quem ama obedece com alegria e não como uma obrigação; 2) Porque recebemos poder – pela fé vencemos o mundo. Quando nos deleitamos em Deus temos prazer em obedecê-lo. Quando nos deleitamos em Deus vemos os atrativos do mundo como lixo.

4. Concluindo: O cristão verdadeiro, nascido de Deus, crê no Filho, ama a Deus e aos filhos de Deus, e guarda os mandamentos de Deus. A fé, o amor e a obediência são marcas do novo nascimento.

II. TEMOS A CERTEZA DE QUE JESUS CRISTO É DEUS – V. 6-10

1. Como podemos saber que Jesus Cristo é Deus? Os principais sacerdotes e os fariseus do seu tempo o chamaram de embusteiro (Mt 27:63). Outros disseram que ele foi um religioso fanático. Os gnósticos diziam que ele era apenas um homem sobre o qual veio o Cristo no batismo, o qual o deixou quando foi crucificado. Ário disse que ele foi o primeiro ser criado por Deus. As Testemunhas de Jeová, dizem que ele não é igual a Deus. Os espíritas dizem que ele foi um grande Mestre. Os Muçulmanos dizem que ele é apenas um grande profeta. Mas de fato, quem é Jesus?

2. O apóstolo João fala sobre 3 testemunhas na terra (v. 6,8) e três testemunhas no céu (v. 7). O céu e a terra testificam a divindade e a humanidade de Cristo. A redenção jamais poderia ser efetuada se Jesus não fosse Deus e Homem ao mesmo tempo.

3. A água, o sangue e o Espírito têm o mesmo propósito: testemunhar a manifestação de Jesus Cristo.

4. O que significa a água e o sangue? a) os dois sacramentos (Lutero e Calvino); b) o golpe de lança e o fluxo de água e sangue do lado de Jesus (Agostinho); c) o batismo e a morte de Cristo (Tertuliano). A terceira posição é a mais coerente, visto que João está combatendo a heresia de Cerinto que ensina que o Cristo veio sobre Jesus no batismo e retirou-se dele na cruz. João está refutando aquela heresia e acentuando a unidade da carreira de Jesus Cristo. João mostra Jesus é o mesmo desde o seu nascimento até sua morte e para todo o sempre. Ele é o homem Jesus e o Cristo de Deus.

5. A defesa que João faz da verdade não é sobre assunto secundário: Se o Filho de Deus não tomou a nossa natureza em seu nascimento e os nossos pecados em sua morte, ele não pode reconciliar-nos com Deus.

6. Temos ainda o testemunho do Espírito. Assim temos dois tipos de testemunho: objetivo e subjetivo, histórico e experimental, água e sangue por um lado e o Espírito por outro.

7. O propósito do testemunho de Deus no céu e na terra a respeito do seu Filho é que creiamos nele (v. 10).

III. TEMOS A CERTEZA DE QUE AQUELES QUE CRÊEM EM CRISTO TÊM A VIDA ETERNA – V. 11-13

1. Nós sabemos que temos a vida eterna não apenas pelo testemunho interno do Espírito, mas também pela revelação da Palavra (v. 13).

2. João escreve seu evangelho para os inconversos para que eles creiam (Jo 20:31). Ele escreve esta carta para os crentes, para que eles saibam que têem a vida eterna (5:13).

3. A vida eterna é um presente e não alguma coisa que nós compramos ou merecemos (Ef 2:8,9; Jo 10:27-29). Mas este dom é uma Pessoa – Jesus Cristo. Nós não apenas recebemos vida eterna de Cristo, mas em Cristo (5:12). A vida eterna está em seu Filho e não pode ser encontrada em nenhum outro lugar. É impossível ter a vida em Cristo, porque Cristo é a vida (1:2; 5:12). Não apenas vida, mas A VIDA (5:12; 1 Tm 6:19).

4. O dom da vida eterna é recebido pela fé. Deus deseja que os seus filhos saibam que eles pertencem a ele. Eis as características dos filhos de Deus nesta carta (2:29; 3:9; 3:14; 4:7; 5:4; 5:13).

5. O propóstio de João nesta carta é que os seus leitores ouçam, ouvindo creiam, crendo, vivam, e vivendo saibam.

6. Resumindo: estes versos nos ensinam: 1) que a vida eterna não é um prêmio a que fazemos jus, mas uma dádiva que não merecemos; 2) a vida eterna se acha em Cristo; 3) este dom da vida eterna em Cristo é uma posse atual.

IV. TEMOS A CERTEZA DE QUE DEUS RESPONDE AS NOSSAS ORAÇÕES QUANDO ELAS ESTÃO AFINADAS COM A SUA VONTADE – V. 14-15

1. Uma coisa é saber que Jesus Cristo é Deus e que nós somos filhos de Deus, mas o que fazer com as nossas necessidades e problemas da vida diária? Jesus ajudou as pessoas quando andou aqui no mundo. Ele ainda ajuda-nos? Os pais terrenos cuidam dos seus Filhos. O Pai celestial também cuida de nós?

2. Para que a nossa oração seja respondida, ela precisa passar por alguns crivos:
a) Há algum pecado inconfesso em nossa vida? (Sl 66:18; 1 Pe 3:7; Mt 5:23-25).
b) Estou orando dentro da vontade de Deus? (Mt 6:10; Rm 8:26-27)
c) Estou orando com fé e confiança? (1 Jo 5:14-15; Tg 1:6)

3. A oração não é um recurso conveniente para impormos a nossa vontade a Deus, ou para dobrar a sua vontade à nossa, mas, sim, o meio prescrito de subordinar a nossa vontade à de Deus. É pela oração que buscamos a vontade de Deus enos alinhamos com ela.

4. Jesus, sendo Deus, não abriu mão de uma vida intensa de oração. O Espírito Santo ora por nós com gemidos inexprimíveis. Temos nós orado com intensidade, com fervor, com perverança, com eficácia?

V. TEMOS A CERTEZA DE QUE DEUS PODE SALVAR PESSOAS DA MORTE PELA INSTRUMENTALIDADE DAS NOSSAS ORAÇÕES – V. 16-17

1. A atitude do crente em relaçãos àqueles que caem não é de atirar pedras nem de condenar, mas de orar por eles – v. 16. Não podemos orar por uma pessoa e continuar desprezando-a ao mesmo. Não podemos orar por uma pessoa e sentir mágoa por ela ao mesmo tempo (Mc 11:24,25).

2. Deus nos dá a garantia de que quando oramos por uma pessoa que está em pecado, Deus a salva por meio da instrumentalidade das nossas orações. Pedir é a parte do homem, dar é a parte de Deus. Temos nós orado pelos nossos parentes e amigos? Temos feito das nossas um clamor por salvação na igreja? Temos sentido as dores de parto até que Cristo seja formado nas pessoas a quem amamos?

3. Jesus orou por Pedro quando Satanás estava peneirando a sua vida (Lc 22:31-32). O profeta Samuel disse para o povo: “Longe de mim pecar contra Deus, deixando de orar por vós”.

4. Contudo, nem todo pecador pode receber vida em resposta à oração. João fala que há pecado para a morte. Em certo sentido todo o pecado é para a morte, visto que a morte é o salário do pecado (Rm 6:23). Mas aqui significa pecado sem perdão.

5. O que é pecado para a morte? 1) Um pecado específico? Com base neste versículo a Igreja Romana criou a classificação de pecados veniais e pecados mortais; 2) Apostasia? Estaria João falando dos falsos mestres que saíram de dentro da igreja (2:19)? 3) A Blasfêmia contra o Espírito Santo? Cremos que João está falando desse terrível pecado deliberado e consciente da rejeição da verdade conhecida, ao ponto de atribuir as poderosas obras de Jesus, evidentemente feitas pelo Espírito de Deus à ação de Satanás (Mt 12:28; Mc 3:29).

VI. TEMOS A CERTEZA DE QUE AQUELES QUE SÃO NASCIDOS DE DEUS NÃO VIVEM NA PRÁTICA DO PECADO – V. 18-19

1. Os dois versos anteriores (v. 16,17), diziam respeito ao pecado para a morte referente aos descrentes. Bem diverso é o caso daqueel que nasceu de Deus. O crente não vive na prática habitual e continuada do pecado (3:9; 5:18). O cristão emancipou-se do poder do pecado. O novo nascimento resulta em novo comportamento. O cristão tem uma nova natureza, uma nova mente, um novo coração. Portanto, tem novos desejos. O pecado e o filho de Deus são incompatíveis. Podem encontrar-se ocasionalmente; não podem conviver em harmonia.

2. Aquele que nasceu de Deus é diferente daquele que é nascido de Deus. Aquele que nasceu de Deus é Jesus e não o cristão. Ou seja, não é o cristão que se guarda, mas que Cristo o guarda. É o Filho de Deus que mantém o salvo. Aquele que nasceu de Deus guarda a todo aquele que é nascido de Deus.

3. Mas por que aqueles que são nascidos de Deus precisam ser guardados? Eles não são imunes à tentação? Não! O diabo, o maligno, está sempre procurando atingir os filhos de Deus. Ele mente para os crentes (Gn 3:2), ele inflinge sofrimento (2 Co 12:7-9), ele infla o orgulho (1 Cr 21:1). Mas Jesus se manifestou para destruir as obras do diabo (3:8) e Jesus guarda ou mantém seguro os filhos de Deus (5:18). A palavra tocar só aparece em João 20:17 (deter). Esta é a petição que fazemos no final da oração do Senhor “livra-nos do mal”. Jesus é quem nos guarda e nos protege do maligno.

4. O maligno não toca no cristão, mas o mundo está irremediavelmente em suas garras. No filho de Deus o maligno nem chega a pôr as suas mãos; o mundo jaz em seus braços. O mundo está no maligno, em suas mãos e sob o seu domínio, mas os crentes estão guardados por Cristo (v. 18,19).

VII. TEMOS A CERTEZA DE QUE A VIDA CRISTÃ É A VIDA VERDADEIRA – V. 20-21

1. Jesus Cristo é o verdadeiro Deus. Ele é a verdadeira vida. Nós estamos nele. Nós somos guardados por ele. Nós temos a verdadeira vida. João está escrevendo esta carta possivelmente para a igreja de Éfeso. Era uma cidade de muitos deuses. Ele o centro do culto de Diana. O culto dos ídolos era um culto falso, promete uma vida falsa. As heresias do gnosticismo viviam uma vida falsa e prometiam um futuro falso, mas os crentes têm a verdadeira vida!

2. É uma aberração quando os crentes que têm a verdadeira vida buscam imitar o mundo que jaz no maligno. Se temos a verdadeira vida, porque procurarmos rebuscar o lixo do mundo? Porque procuramos imitar o mundo?

3. Jesus é o verdadeiro: esse é o grande tema de João. Ele é a verdadeira luz (Jo 1:9), o verdadeiro pão (Jo 6:32), a verdadeira videira (Jo 15:1). Ele é a verdade (Jo 14:6). Ele é a verdadeira vida eterna(1 Jo 5:20). O mundo vive de aparências. Ele não conhece a realidade. Nós temos a realidade. Nós temos Jesus. Sem ele não poderíamos conhecer a Deus nem vencer o pecado. A religião cristã é tanto histórica como experimental, e não uma coisa sem a outra.

4. O v. 21 traz uma exortação: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos”. O Filho de Deus nos guarda do maligno (v. 18), mas isso não nos isenta da responsabilidade de guardarmo-nos do maligno. A palavra guardar aqui é diferente do verso 18, e significa vigiar. Na verdade o que João está dizendo é: não abandone o real pelo ilusório. Todos os substitutos de Deus são ídolos e deles o cristão deve guardar-se vigilante.

 

ESTUDA  E  ALIMENTA-SE  DA PALAVRA,  AMADA SUBRINHA  QURERO VER VC SERVINDO A DEUS!

Rev. Hernandes Dias Lopes

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